quarta-feira, junho 27, 2012

QUEBRANTAHUESOS


Agradecido aos DUROS que levaram a nossa Amarelinha mais além
no mais DURO dos esforços. 
TO MONTEIRO




Duros do Pedal fizeram a sua 1ª internacionalização!
Como estreia nada melhor que participar na tão prestigiada clássica internacional disputada nos Pirenéus, junto à fronteira Franco - Espanhola “Quebrantahuesos”.
Depois de ter calhado em sorte, a participação dos que se inscreveram no sorteio, que se realiza todos os anos, foi necessário uma preparação física e mental, para tão Dura aventura. Com a agravante de nos termos de deslocar 1100km, o que requer uma logística algo trabalhosa. Mas nada melhor que, preparar a estadia de uma forma simples e prática, ou seja, saímos praticamente em autonomia total. Acampámos num parque de campismo, foi uma ideia excelente, para tal, também contámos com a sorte do tempo ter ajudado!
Vamos ao que interessa, dia “D”, o dia de todas as sensações, às 6h30 saída do parque já montados nas bikes que dista 8km do ponto de partida. Havia que chegar cedo, para não sermos os últimos dos últimos. A partida é separada/organizada por boxes os primeiros são os que melhor tempo fizeram na edição anterior, como para nós era a 1ª vez fomos para os últimos, ou seja, de mais de 8 mil participantes, nós ficamos com cerca de 7 mil à nossa frente. Naquele “mar” de gente quando se deu o tiro de partida às 7h30, nós só passámos na meta 15 minutos depois, mas como o tempo é controlado por chip só quando se passa na meta é que o tempo começa a contar.
Depressa o Esteves vai para a frente e impõe um ritmo forte, alegando que deveríamos ganhar o máximo de lugares para tentarmos chegar mais aos da frente, aqueles que nos poderiam dar uma ajudinha, especialmente nas partes mais rolantes. Seguiram no, Pimentel, Tapadas, Vaqueirinho, Alvaro de Negrais, o Francisco ia sozinho mais à frente e o Bruno Afonso passado pouco tempo abdicou, gerindo a sua própria corrida de forma a não entrar em excessos. De uma forma geral todos estávamos um pouco receosos dos 205km com os anunciados 4860 de acumulado, que no meu GPS foram 3500.
Era a loucura total, que imensidão de gente com andamentos para todos os gostos, a estrada apesar de bem larga, nos primeiros km era toda ocupada de um extremo ao outro, tínhamos de ziguezaguear para conseguir as ultrapassagens, a pouco e pouco iam se formando grupos de uma forma natural, havia sempre alguém mais à frente para nós tentarmos alcançar, assim foi durante todo o percurso…
A 1ª dificuldade do dia começa suavemente ao km 25 e termina bem duro no km 53, os últimos 7 km de alta montanha, o Col de Somport. Aqui seguiam em grupo; Esteves, Pimentel, Tapadas, Alvaro e Vaqueirinho, o Francisco já se tinha ficado, a gerir o seu esforço.
A seguir veio uma descida de arrepiar, especialmente nos primeiros km as curvas eram autênticos cotovelos. Os troços mais perigosos, apesar de muito bem sinalizados, com o pessoal da organização a agitar bandeiras vermelhas e apitos, há pessoal que ultrapassa sempre os limites e lá estavam alguns estendidos no chão! Já no final da descida com cerca de 40km na parte plana, o pessoal dos Duros foi todo para a frente de um grupo, os espanhóis comentavam “São Duros…”, para nós foi o momento do dia!
2ª Subida, Col Marie Blanque (conhecida do Tour) com cerca de 10km, dureza acima da média, nos últimos 4km com inclinação média de 11%, dos 5 passámos todos + ou – com o mesmo tempo. Na descida, o Esteves e o Pimentel ganham avanço considerável. Já na subida para Alto de Portalet o Tapadas tenta alcança-los, mas as câimbras voltam e é obrigado a abdicar, seguindo a um ritmo de forma a não sentir as ditas picadas, o Alvaro segue no ritmo que melhor suporta e deixa seguir o Tapadas. Eu faço esta subida de traz para a frente, não me sinto muito bem ao nível do aparelho digestivo, sentia o estomago cheio e com necessidade de despejar, faço um xx e a coisa mais ou menos recompõem-se, com o passar do tempo e dos km volto ao meu ritmo normal. Quando faltava cerca de 3km para o fim dos cerca de 30, alcanço o Alvaro que seguia em ritmo de quem já estava muito desgastado (Alvaro não tens ido aos treinos, muitos criticam a marreta aos domingos, mas para estas ocasiões faz muito bem…lolll).
Depois desta montanha, a maior dificuldade não estava no percurso, mas sim no cansaço já acumulado, os últimos 10km mesmo rolantes pareciam nunca mais ter fim!
Falando do nível de beleza paisagística, deslumbrante! Mas nada como sendo o Bruno Afonso a relatar, fez de fotógrafo para a posteridade.
Classificação geral, tempos e médias:
1 -  Angel Vazquez Iglesias 5:44:36 35,69 (este foi de mota lolll)
679 - Ricardo Esteves 6:33:34 média 31,25
682 - Jorge Pimentel 6:33:35 média 31,25
1070 - Carlos Tapadas 6:46:03 média 30,29
1293 - António  Vaqueirinho 6:51:25 média 29,90
1552 - Francisco Gonçalves 6:57:39 média 29,45
1555 - Alvaro de Negrais 6:57:40 média 29,45
2574 - Bruno Afonso 7:23:32 média 27,73
7293 - Miguel La Casta Muñoa 12:01:13 17,05 (ultimo dos que conseguiram terminar)
De salientar que todos nós com os resultados obtidos em cada escalão, fomos condecorados com diploma e medalha de ouro!
Parabéns a todos, fomos uns verdadeiros DUROS e dignificamos o nome que ostentamos nas nossas camisolas!
Um abraço,
António Vaqueirinho




2 comentários:

Anónimo disse...

Caros companheiros, não fica mal reforçar o enorme privilégio que foi pedalar ao lado destes 6 Duros atletas. O espírito do pessoal durante a viagem e prova foi excelente, o que reforça a vontade de voltar a repetir, quem sabe com um pelotão ainda mais alargado, assim haja treino e tempo disponível. Bem hajam.
Jorge Pimentel

Dave disse...

Comprei uma bicicleta de estrada para ir ao Quebrantahuesos à 3 anos! E ainda não fui lá! 2013 há-de ser o ano.